Hoje sou um bobo.
Vejam bem, nada me define melhor do que a palavra bobo:
Acho que sou alternativo, uso um all star com cadarço rosa e evito cortar o cabelo. Fui uma maldita criança nerd, chata, fedida, desnutrida e sem perspectivas, que passava tardes na frente do computador e/ou video-game, e preferia que os meus amigos me visitassem a visitá-los.
"David! Vamos jogar dominó?"
"Que é isso? É tipo tetris"
Então essa foi a minha infância, rápida e rasteira, então, eu cresci (ou envelheci), e resolvi entrar na moda. Mas os meus amigos esqueceram de me avisar que cabelos partidos no meio, camiseta pra dentro, e tênis ortopé não tavam incluídos no termo 'moda', o que me deixou meio frustrado, não pelo fato de que eu ia ter que pentear o cabelo de outro jeito ou ia ter que tirar a camiseta de dentro da calça, isso não me importava. O problema era ter que trocar o velcro pelo cadarço.
"ai, ai, a praticidade do velcro ..."Mas calma, o pior ainda está por vir. Eu, já muito triste, imaginei que o problema era só ter que aprender a fazer laços, mas, aprender é o de menos, o pior mesmo, é a fase de aprendizagem, porque, uma hora o outra, quer você queira ou não, você vai ter que dizer a frase mais humilhante da vida de um jovem:
"Tio, amarra pra mim?"
Bem, vamos analisar a situação socialmente. Por que as empresas fazem cadarços tão complicados pra crianças de 7 anos?
Ora, mas e óbvio, todas elas tem contratos milionários com partidos políticos de esquerda.
Tudo começa com a frase maldita. A criança fala e imediatamente vira piada na escola.
"Olha, ele não sabe amarrar o cadarço!"
E então, lá se vai a alto estima da pessoa e com ela a chance de pegar aquela gatinha que trocou o primeiro dente de leite, de ser o melhor do futebol e toda e qualquer possibilidade de decorar a tabuada do 7 fora de ordem.
"7x1?"
"7!"
"7x2?"
"14!"
"7x log 10³x789! ?"
"er... er... MAMÃE MAS EU NÃO SEI NEM AMARRAR OS CADARÇOS e meus amiguinhos riem da minha cara"
Então sua mãe processa o seu colégio da rede pública, por incentivo ao bullying e claro, os partidos de esquerda usam isso na propaganda eleitoral. Mas isso não vem ao caso.
Bem, eu superei essa fase, já que por sorte, eu não estudei na rede pública, aliás, nada de rede eu nasci em berço de ouro! HAHAHAHAHAHAHAHA ........ desculpem.
Então eu fiz meus 15 anos, AAAAAAAAH meus 15 anos, baile de debutante, atores globais dançando valsa, salgados caros e um carro esporte na garagem, é... isso definitivamente não é pra mim. Quando eu fiz 15 anos, eu ganhei de meus pais, aquilo que toda pessoa gostaria de ganhar nos seus 15 anos.
Um abraço apertado e aquele elogio esperto.
"Nossa filho, como você tá cheiroso!"
E meus 15 anos se resumiram a isso, entrei na fase em que todo adolescente começa a usar perfume, tive uma namorada que não durou muito nas minhas garras MWAHAHAHAHA (levei um pé na bunda), entrei no ensino médio e fui a Inglaterra.
AHHHHHHH! A INGLATERRA ...
TANTANTANTANTANTANTANTANTAAAAAAAN ... (8)
E bem, a Inglaterra se resume a isso, punks, skinheads, grama que não dá coceira e uma farmácia bem grande que estranhamente as pessoas param pra olhar.
Então eu fiz, 16, 17 e eu não tenho muito a dizer sobre essa fase da minha vida. Foi bem sem graça. Digo, FOI sem graça mesmo.
Agora estou entrando em ecstase (não sei escrever :/) e a minha felicidade tende ao infinito, mas não tenho nada a declarar sobre isso por alguns motivos:
1- Não teria graça;
2- Soaria bem gay;
3- Tornaria-se algo repetitivo e desagradável àqueles que buscam piadas de escaldar a barriga de tanto dar risadas da pataquadas que eu digo;
4- E acima de tudo isso, porque me tomaria MUITO tempo.
